“Quando, porém, falo da ética universal do ser
humano estou falando da ética enquanto marca da natureza humana, enquanto algo absolutamente
indispensável à convivência
humana. Ao faze-lo estou advertindo das possíveis
críticas que, infiéis a meu
pensamento, me apontarão como ingênuo e idealista. Na
verdade, falo da ética universal do ser humano da mesma forma como falo de sua vocação
ontológica para o ser mais,como falo de sua natureza constituindo-se social e
historicamente não como um "a priori" da Historia. A natureza que a ontologia
cuida se gesta socialmente na Historia. É uma natureza em processo de estar sendo com algumas
conotações fundamentais sem as quais não teria sido possível reconhecer a própria
presença humana no mundo como algo original e singular. Quer dizer, mais do que um ser
no mundo, o ser humano se tornou uma Presença no mundo, com o mundo e com os
outros. Presença que, reconhecendo a outra presença como um "não-eu"
se reconhece como "si própria". Presença que se pensa a si mesma, que se sabe presença,
que intervém, que transforma, que fala do que faz mas também do que sonha, que
constata, compara, avalia, valora,que decide, que rompe. E é no domínio da decisão, da
avaliação, da liberdade, da ruptura, da opção, que se instaura a necessidade da
ética e se impõe a responsabilidade. A ética se torna inevitável e sua transgressão
possível é um desvalor, jamais uma virtude.” Paulo Freire
Referência:
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. ed.37ª. SP: Paz e Terra.2008.pg.18
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