“Eu escolho a Libras”

......Ou a Libras é que me escolheu? rsrsr

Bom, há um ou dois meses atrás, assisti o filme “E seu nome é Jonas”, na aula de libras e, me emocionei, sim, me emocionei porque a história me mostrou o que eu apenas imaginava que acontecia, mas que nunca vivenciei, me sensibilizou ver a realidade com meus olhos e não mais só no campo da imaginação, através das suposições.

O filme mostra a vida de Jonas, uma criança surda e sua família, pais e um irmão, também criança, porém ouvintes. Jonas é surdo mas sua família demorou a descobrir que isso não é “loucura” e sim, uma deficiência que não afeta os neurônios- como o raciocínio, mente, Jonas raciocinava normalmente como um ouvinte, afinal, ele era surdo apenas.

A principal abordagem do filme é justamente o “saber lidar com essa situação”. Os pais de Jonas não compreendiam seu filho, nem seu estado físico e psicológico, nem suas emoções e sentimentos, os pais nem mesmo sabiam qual educação dar a seu filho.

“Eles pereceram por falta de conhecimento!”

Nesse contexto, toda a família de Jonas sofreu muito; sua mãe, por não saber como agir; seu pai, por não saber ajudá-lo, se sentindo incapaz e ao mesmo tempo, queria que tudo fosse só um “pesadelo” e acabasse; seu irmão, pequeno, que via o sofrimento da família e não compreendia a situação; e o principal e o que mais sofreu, pela “ignorância” dos pais, Jonas, que não conseguia expressar nem mesmo um simples desejo, por exemplo, de não querer determinado alimento no almoço.

Os pais de Jonas receberam conselhos de pessoas aparentemente confiáveis e que tinham experiência com a deficiência- surdez-porém, as informações e conselhos eram contraditórios, não pareciam ser esclarecedoras nem saudáveis para jonas.

E o que uma mãe procura para seu filho?

Sempre a melhor solução, o que lhe traga ganhos e não prejuízos, liberdade e não escravidão.

Durante um longo tempo, o que a mãe de Jonas recebeu foi:

1º. Seu filho ficou internado durante um longo período, pois o rotularam como um doente mental “louco”, como se ele não fosse capaz de viver em uma casa, com familiares e amigos, frequentar uma escola e ter uma vida de realizações.

Em um determinado momento, seus pais o tiraram dessa “tortura”, que é quatro paredes e remédios 24 horas.

2º. Uma especialista educacional fez a mãe de Jonas colocá-lo em uma escola que era contra o uso e e ensino de libras, o argumento era de que os alunos deveriam ser tratados igualmente e, por isso, sua alfabetização era através da repetição, os alunos deveriam “decorar” as palavras que a professora repetia diversas vezes.

A mãe de Jonas não se conformava com método de ensino, pois via que não tinham resultados positivos, ela continuava sem entender seu filho e vise-versa.

A cena mais forte é quando a mãe diz: “... ontem eu sonhei que Jonas estava dentro de uma bola de vidro e ele gritava para que eu o tirasse, mas eu não podia. Eu não conseguia quebrar o vidro. Ele gritava, gritava e nem o barulho do grito dele conseguia atravessar o vidro.” “ Eu pensei apenas que ele não pudesse ouvir.”Quando ela era criança, tinha ganhado uma bola de vidro e achava que dentro dela havia alguém gritando, pedindo socorro, e isso lhe dava medo. O mesmo pensamento lhe veio em relação a Jonas, ele estava preso dentro de si mesmo, pois não consegui se expressar, se comunicar com sua família e com o mundo a sua volta. Não conseguia porque não o ensinaram a sua linguagem.

“Ele estava preso dentro de si mesmo.”

Isso era terrível e, naquele momento sua mãe era incapaz de livrá-lo daquela prisão.

“Só há comunicação, quando há entendimento!”

3º. Esse foi um presente...

A mãe de Jonas conheceu um casal de surdos ( a mulher sabia falar) e, com o tempo, eles abriram os olhos dela e a mostrou como era a vida dos surdos, sua cultura e sua linguagem. Sabe qual foi a solução encontrada? A Libras.

A mãe de Jonas buscou aprender e ensinar seu filho a Libras e foi aí que jonas começou a viver, ele estava se livrando das muralhas a sua volta a se libertando de dentro de si mesmo. Sua mãe e familiares, enxergaram que Jonas era igual eles, imperfeito e normal e que com a compreensão e carinho da família, eles se conheceriam.

“A visão do mundo do outro é um começo para achar a solução e derrubar as muralhas!”

Nesse caso a solução era conhecer o mundo de Jonas-a cultura surda- e sua linguagem-Libras.

“Como resolver um problema se você não o conhece?”

Pense:

Nós ouvintes, negamos a realidade para nos isentar da responsabilidade. Libras é a lingua brasileira de sinais, portanto, é nosso dever sim, aprende-la. Lembrem-se: não é porque a pessoa é deficiente que não é brasileira ou que não vive no seu universo, o Brasil é um país só.

Quando um deficiente precisa da sua colaboração e você não o entende, não sabe sua linguagem, é você que fica em uma situação desconfortável e se sente incapaz!

Eu escolhi a libras, e você, o que escolhe?

1. Continuar preso no seu mundinho;
2. Aprender libras para ser um amigo e colaborador.

Deus nos ensina a amar o próximo como a nós mesmos.

Deus os abençoe ! *_*

Lorena L.